O aparecimento dos primeiros grupos humanos na Grécia remonta ao paleolítico superior (45.000-13.000aC). Mas a posição central da península helênica, antes até que seus habitantes pudessem definir-se como helenos, aparece em toda a sua importância por volta de 6800 a.C.: a precocidade e a consistência do processo de formação e configuração cultural das primeiras comunidades agrícolas em Creta, nas Cíclades, no Peloponeso e na Tessália permitem afirmar que a partir desta "porta do Oriente" da Europa se iniciou a difusão da civilização do neolítico por todo o continente. O responsável por esta difusão foi a descoberta do uso do metal.
Os primeiros metalúrgicos encontraram perto da costa o cobre inesgotável da ilha de Chipre, do qual os neolíticos locais mal se tinham apercebido. Mas as necessidades de estanho haviam de conduzi-los para uma busca cheia de consequencias.
Mar Egeu e Ilhas Cíclades |
Desde então, a fusão dos metalúrgicos com os povos marítimos tornar-se-ia inevitável e dar-lhes-ia um novo impulso m troca dos serviços que lhes pediram. O mar Egeu, semeado de ilhas, suscitará as relações marítimas, as trocas comerciais desde a aurora da civilização. Muito cedo os Egeus se puseram em contato com a costa da Ásia Menor e, por seu intermédio, com as caravanas do interior do país. Houve um rápido contato com o Egito, dotado também de uma marinha notável e que soube levar a cabo algumas das mais audaciosas expedições da Antiguidade.
Até cerca do ano 2500 foram os navios das Cíclades que dominaram; mas, por volta do ano 2000, Creta exportava já a sua admirável cerâmica. Se, por um lado, se encontrava isolada por sua insularidade, desenvolvendo uma civilização e uma arte originais, desempenhava, por sua situação geográfica, o papel de palco giratório do Mediterrâneo.
Os Cretenses ou Minóicos
Civilização Clássica |
Contemporaneamente ao desenvolvimento da civilização cicládica, em fins do terceiro milênio a.C, Creta, a maior ilha egéia, inicia uma extraordinária história. Por volta de 1900 A.C. surgem grandiosos palácios-cidades em Cnosso e Festo: trata-se do primeiro núcleo das imponentes residências reais que, cerca de dois séculos depoism assinalarão a definitiva afirmação do poder absoluto do minos, um soberano cujas prerrogativas não parecem muito diferente das do faraó, unindo poderes políticos e religiosos. É do minos que deriva o nome da civlização minóica, usado indiscriminadamente em vez de cretense. E é de minos, sobretudo, que vem um impulso determinante para a transformação dos cretenses de povo de cultura agropastoril numa autentica talassocracia, um dominio territorial, militar e comercial que impõe seu prestígio sobre as demais ilhas gregas e evolui para formas cada vez mais opulentas, monumentais e despreocupadamente privadas de muralhas defensivas em seus luxuosos palácios-cidades, complexos arquitetonicos de centenas de moradas que se reunem em torno de um pátio central: neles os símbolos do poder central, sempre mais forte, misturam-se com os afrescos vivos e coloridos que embelezam corredores e aposentos. A atividade mercantil é regida pelos intercambios de produtos alimentícios e de manufaturados de alta qualidade artística, entre os quais sobressaem os dos cerâmistas, ebanistas, toreutas e ourives. A adoção de uma escrita, a chamada Línea A, que - embora ainda não esteja decifrada - se pode supor servia principalmente para a contabilidade interna do Estado, é uma prova do alto nível de eficiência e complexidade dos palácios-cidades cretenses.
Línea A |
O chamado período neopalaciano (1700-1450aC) viu surgir também, junto aos palácios de Cnosso, Festo, Zacros, Málea e Tilissos, uma tipologia residencial que poderíamos definir como de campo.
Por volta de 1450aC, a explosão e afundamento do vulcão de que nascera a ilha dezenas de milhares de anos antes sepultaram Tera sob uma crosta de 50 metros de cinza. Os habitantes deixaram a ilha mas os efeitos calaterais foram - segundo os arqueólogos - um dos fatores desencadeadores do declínio da civilização cretense: terremotos e maremotos, chuvas de cinze e escurecimento atmosférico, alterações climáticas devem ter coberto todo o sul do Egeu e ofereceram uma Creta já debilitada à crescente expansão dos micênicos.
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